Cientistas revelam pterossauro de 200 milhões de anos 'feito
para voar'
O animal possuía uma envergadura de 1,5 metro e 112 dentes
AF Agência France-Presse
Reconstituição artística de um pterossauro
(foto: Gabriel Lío / Divulgação)
Paris, França - Cientistas divulgaram nesta segunda-feira
(13/8) uma espécie desconhecida de pterossauro gigante, as primeiras criaturas
com espinha dorsal adaptadas para voar de forma autônoma.
Descoberto na Argentina dinossauro gigante de mais de 200
milhões de anos
Nem dinossauros nem pássaros, os pterossauros surgiram
durante o período Triássico Superior, mais de 200 milhões de anos atrás, e
reinavam sobre céus, até que uma rocha espacial maciça se chocou contra a
Terra, acabando com os dinossauros e muitas outras formas de vida, há cerca de
65 milhões de anos.
O recém-descoberto membro da família, identificado por meio
de restos encontrados no nordeste de Utah, tinha uma envergadura de asas de 1,5
metro e 112 dentes, incluindo espinhos semelhantes a presas perto do focinho.
Uma mandíbula saliente sugere uma bolsa com a de um pelicano, talvez para pegar
peixes e pequenos répteis.
São animais "feitos para voar", disse Brooks
Britt, paleontólogo da Brigham Young University, em Utah, e autor principal de
um estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution.
Caelestiventus hanseni é provavelmente o esqueleto mais
completo de um pterossauro já encontrado. O novo espécime compreende dezenas de
ossos e dentes intactos, junto com um invólucro inteiro do cérebro.
As asas são, na verdade, membranas da pele em grande parte
presas pelo quarto "dedo" de seus membros anteriores. Enormes
cavidades sugerem que C. hanseni tinha uma "visão fantástica", disse
Britt.
Quando não planavam em busca de uma refeição, andavam com os
quatro membros apoiados e as asas dobradas verticalmente. Os restos fósseis
ainda estão envoltos em arenito, mas os cientistas geraram imagens precisas em
3-D e modelos de cada osso usando a tecnologia de tomografia computadorizada.
O local onde C. hanseni foi desenterrado, conhecido por
caçadores de fósseis como Saints & Sinners, revela uma dramática história
de sobrevivência e extinção local em face da mudança climática, disseram os
pesquisadores.
As rochas em que foi encontrado faziam parte de um oásis em
um deserto de dois milhões de quilômetros quadrados coberto por dunas de areia
gigantes.
"Durante as secas, um grande número de animais -
incluindo pterossauros, dinossauros predadores e crocodilomorfos - foram
atraídos para a poça no meio do oásis, onde morreram quando a água secou",
disse Britt.
O resultado foi um tesouro de mais de 18.000 ossos e
fragmentos de dezenas de animais privados de água. C. hanseni não é o maior
pterossauro já encontrado, mas provavelmente foi o maior de sua era,
especialmente para um ambiente desértico.
Também é anterior a outros espécimes do deserto em cerca de
65 milhões de anos. Os pterossauros do mesmo período encontrados até agora
vieram de áreas costeiras antigas no que é hoje a Europa e a Groenlândia.
O fato de que as criaturas que voam alto estavam espalhadas
por grande parte do globo pode tê-las ajudado a sobreviver à extinção em massa
do fim do Triássico, que exterminou metade das espécies em terra e no mar. //
TOMADO DE CORREIO BRAZILIENSE
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