Estado reforça controles para evitar surto de gripe aviária
Para discutir formas de prevenção, Porto Alegre sedia
seminário no próximo dia 26
MAURO SCHAEFER/ Thiago Copetti
Sem alarde, a gripe aviária começa a mudar as ações
desenvolvidas pelas entidade ligadas à produção de frango no Brasil e no Rio
Grande do Sul. Mesmo antes de qualquer possível sinal da doença no Estado,
produtores, indústrias e governo começam a montar um cinturão de proteção ao
redor dos criatórios e possíveis formas de ingresso da doença.
Há cerca de três meses, a Influenza Aviaria avança na Europa
e, nesta semana, houve novo caso registrado no Chile. No dia 26 de janeiro, o
assunto será tema de seminário em Porto Alegre. Ao todo, 33 países já
registraram a doença nos últimos três meses, a maior parte na Ásia, Europa e
África. Representantes de empresas, produtores, técnicos e governos ressaltam
que ações que estão sendo adotadas são preventivas e para mantar o diferenciado
status sanitário do Brasil. A recomendação do presidente da Associação
Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, é "não baixar a
guarda".
"Nunca houve registro da Influenza Aviaria no Brasil,
nem mesmo quando se deu a maior epidemia registrada até hoje no mundo, entre
2005 e 2006. Esse é um dos nossos diferenciais, e queremos continuar assim.
Justamente por isso pedimos a suspensão de qualquer missão de clientes e
fornecedores, especialmente estrangeiros, a qualquer aviário nas próximas
semanas", explica Turra.
As missão, comuns para validar ou revalidar status
sanitários e exportações, por exemplo, diz Turra, devem ser evitadas no
momento. A proibição de visitas está sendo aplicada a estrangeiros provenientes
de países com focos ativos de Influenza Aviaria. Para países sem focos da
enfermidade, a visita será permitida apenas após uma quarentena de 72 horas,
realizada no Brasil. Outras medidas estão sendo articuladas junto ao Ministério
da Agricultura e às agências de defesa das secretarias de agricultura
estaduais.
A mesma recomendação da ABPA está sendo feita pelo governo
gaúcho, segundo o chefe da Divisão de Defesa sanitária Animal da Secretaria da
Agricultura, Marcelo Göcks. Outra medida preventiva que o Estado adotará é a
intensificação de vistoria em criatórios próximos de sítios de reprodução de
aves migratórias.
"Vamos visitar aviários e propriedades em um raio de 10
quilômetros da Lagoa dos Patos e da Estação Ecológica do Taim, por exemplo. A
ideia é ver sinais de alerta que possam apontar para possíveis problemas, para
que sejam combatidos o mais rápido possível. O produtor deve ficar atento para
mortalidades muitos altas, dificuldades respiratórias nas aves e crista e
barbelas arroxeadas", explica Göcks.
Quem também reforça o time do "antes prevenir do que
remediar" é o diretor-presidente da Associação Gaúcha de Avicultura
(Asgav), José Eduardo dos Santos, que coordenará ao seminário sobre o tema que
será realizada na próxima semana na Capital.
"A intenção do encontro é informar e reunir tudo que se
sabe sobre o tema, compartilhar e disseminar informações entre governos,
técnicos, produtores e empresas. Vamos falar tanto da doença como de mercados e
possíveis ganhos para o Estado", antecipa Santos.
Para o presidente da ABPA, apesar de ser ainda cedo para
falar em ganhos de mercado a partir do avança da doença na Europa, o aumento
futuro no volume de negócios para o Brasil a partir da Influenza não pode ser
ignorado.
"Ainda é cedo para saber se teremos ganhos com
exportações, mas foram nossos rígidos controles sanitários que nos tornaram a
potência exportadora que somos. Inicialmente, quando um pais registra a doença,
a tendência primeira é evitar o consumo de carne de aves. Depois, as coisa
começam a voltar ao normal. É ai que saberemos se o Brasil terá aumento da
demanda", analisa o executivo.
Governo anuncia R$ 12 bilhões para pré-custeio
da safra
O presidente da República, Michel Temer, acompanhado do
ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, e do
presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, vai anunciar hoje, em Ribeirão
Preto (SP), durante evento na sede do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a
liberação de R$ 12 bilhões para o pré-custeio da safra agrícola 2017/2018.
O valor destinado à aquisição antecipada de insumos, o
pré-custeio, é R$ 2 bilhões superior ao montante liberado pelo governo em 2016.
O volume ofertado pelo Banco do Brasil é oriundo de
captações próprias da Poupança Rural e de Depósitos à Vista. Os recursos estão
disponíveis a médios produtores por meio do Pronamp (Programa Nacional de Apoio
aos Médios Produtores Rurais), com taxas de 8,5% ao ano e teto até R$ 780 mil.
Os demais produtores rurais acessam o crédito com encargos de 9,5% ao ano até o
teto limite de R$ 1,32 milhão por beneficiário.
A antecipação dos financiamentos de custeio se destina a
culturas típicas da safra de verão 2017/2018, como soja, milho, arroz e café, e
permite melhores condições aos produtores para o planejamento de suas compras
junto aos fornecedores. A medida também contribui para o incremento das vendas
de sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas.
Pepro para 100 mil toneladas de trigo gaúcho é todo
negociado
O Pepro foi ofertado também nos estados de Paraná e Santa
Catarina. No Paraná, o arremate do prêmio saiu para 11,8 mil das 30 mil
toneladas de trigo ofertadas, enquanto que em Santa Catarina foi oferecido
apoio ao escoamento de 7,5 mil toneladas do produto e negociado 1,1 mil t.
Já o leilão do Prêmio para Escoamento de Produto (PEP)
ofertou apoio a 52,5 mil toneladas do trigo da classe Pão/Melhorador para os
três estados. No Rio Grande do Sul, foi negociado apoio para 29,6 mil das 30
mil ofertadas. No Paraná, o arremate é de apoio para 12 mil t das 15 mil t
disponíveis, enquanto que em Santa Catarina é para 7,5 mil toneladas, mas não
houve interessados.
As operações tiveram início no mês de dezembro, por demanda
dos produtores de trigo da região Sul. Neste ano, já foram realizados dois
leilões de Pepro e dois de PEP e novas ofertas estão previstas para as próximas
semanas.
No Pepro, a subvenção refere-se ao valor que o governo
federal paga ao arrematante (produtor rural ou sua cooperativa), desde que ele
comprove a venda e o escoamento do produto de acordo com o que está determinado
em edital.
Já no PEP, a subvenção é concedida às indústrias que
adquirirem o trigo pelo preço mínimo fixado pelo governo federal. Para receber
o prêmio, também é preciso comprovar o escoamento do grão conforme estabelecido
no edital. TOMADO DE JOURNAL DO COMERCIO DE RGS BR
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