Fabio Dutra
Reunião extraordinária do Fórum da Lagoa discutiu as possíveis consequências
das propostas de ordenamento da tainha
POR FERNANDA CADAVAL
fernanda.jornalagora@gmail.com
Na tarde de quarta (21), na sede da Colônia de Pescadores da
Z1, aconteceu reunião extraordinária do Fórum da Lagoa dos Patos. O objetivo
foi debater sobre a proposta de ordenamento da pesca da tainha. O ordenamento é
proposto de forma conjunta pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e
Cooperativismo (SDR), Ministério Público e Secretaria do Meio Ambiente.
RESTRIÇÕES NA PESCA
Para o presidente da Colônia de Pescadores da Z1 e
coordenador do Fórum da Lagoa dos Patos, Nilton Machado, se acatada a proposta,
os pescadores artesanais serão os maiores prejudicados. “Seremos impedidos de
pescar a tainha. Para as grandes indústrias da pesca, não vai fazer diferença,
já para nós, artesanais, significa nosso sustento”, afirma Nilton.
O presidente expõe, ainda, que a categoria não pode mais
sofrer restrições. “Já estamos enfrentando diversas restrições na pesca, não
podemos aceitar mais essa. Não podemos ficar sem pescar”, declara. Nilton
aponta, ainda, a falta de interesse por parte do Executivo e também do Legislativo
com relação a pesca artesanal. “Estamos sofrendo com a falta de uma
representatividade política que se mostre interessada na nossa causa”, desabafa
ele.
PROPOSTA DE ORDENAMENTO
Já o diretor da SDR Ricardo Nuncio, que esteve presente na
reunião como representante do Conselho Gaúcho da Pesca Sustentável, relatou que
veio ouvir e dialogar com os pescadores e seus representantes. “Viemos
dispostos a ouvi-los, porém sabemos que, no futuro, se nada for feito, a tainha
se tornará extinta. Em 2013, ela já foi classificada como espécie vulnerável e
em ordem decrescente”, aponta o diretor.
Ricardo explica que a ideia é apresentar uma proposta de
regramento que apresente ações que possam diminuir o impacto da espécie
afetada. Além disso, ressalta a importância de se verificar qual o estado atual
da tainha e, também, de se investir em estudos nesta área. “A ideia é que não
se chegue a tornar esta mais uma espécie extinta. Queremos apresentar uma
proposta para diminuir esses dados”, comenta ele.
Com relação a quanto esta proposta de ordenamento afeta os
pescadores artesanais, Ricardo declara que a princípio esta medida não irá
atingir a pesca artesanal, uma vez que o impacto do trabalho deles é menor do
que a pesca industrial. No entanto, acrescenta que essa proposta ainda precisa
passar pelo Ministério Público e para isto estão baseando essas ideias em
estudos e também no debate com os setores envolvidos. Após esse período de
discussões, se aprovadas em todas as instâncias, as medidas da proposta passam
a valer no primeiro semestre de 2017. TOMADO DE AGORA DE RGS BR
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