Desde a interdição da empresa, não foram registrados mais
problemas
JONATHAN HECKLER/JC Suzy Scarton
Embora o problema que ocasionou a alteração do gosto e do
cheiro da água distribuída à população de Porto Alegre tenha sido resolvido em
agosto, a substância que causou o problema não foi identificada. No começo do
mês passado, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) suspendeu as
atividades da empresa Cettraliq, no bairro Navegantes, responsável pelo
tratamento de efluentes líquidos de atividade industrial. Desde então, as
alterações na água não foram mais constatadas pelo Departamento Municipal de
Água e Esgoto (Dmae), que anunciou o retorno à normalidade uma semana depois.
No total, foram realizadas mais de 260 mil análises. Ontem,
o Dmae divulgou a mais recente, com o resultado de mais de 7 mil análises nas
amostras de água feitas pelo Centro de Qualidade Analítica, de São
Paulo. "As coletas foram realizadas depois da interdição da empresa e
da segunda limpeza da casa de bombas da Trensurb. Não encontramos nada na casa
de bombas, e na Cettraliq, somente no ambiente interno das lagoas da empresa.
Como as atividades foram suspensas, acreditamos que os elementos não estivessem
mais sendo descartados", afirma o diretor-geral do Dmae, Antônio Elisandro
de Oliveira.
Uma vez que não se sabe qual foi a causa da alteração,
Oliveira acredita que é importante focar o aprendizado gerado pelo episódio.
Representantes do grupo de trabalho, composto pelo Ministério Público, pelas
secretarias municipais de Saúde e do Meio Ambiente, pelo Dmae e pela Fepam,
foram convidados a participar do Seminário Segurança da Água para Consumo
Humano, no Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, realizado ontem.
Eles expuseram como foi a participação de cada um dos envolvidos na
investigação e o que será feito daqui para frente para evitar novos episódios.
O chefe da Divisão de Fiscalização Ambiental da Fepam,
Vagner Hoffmann, explicou que a fundação ampliará os pontos de monitoramento no
Guaíba. Desde 13 de julho, a Fepam tem feito campanhas de amostragem, cujo
resultado final será compilado em um relatório. A partir dele, será feita uma
reavaliação do monitoramento para identificar pontos que precisam de maior
atenção. "Na verdade, a intenção não é avaliar somente a qualidade da água
para o consumo, mas o aspecto ambiental do manancial", explica. Tanto a
Fepam quanto o Ministério Público sugerem que a Cettraliq seja desativada de
maneira permanente.
Dmae planeja
mudar ponto de captação
Durante o seminário, o Dmae apresentou dois projetos que
integram o Plano de Segurança de Água. Um deles é alterar o ponto de captação
que abastece as estações Moinhos de Vento, que atende à Zona Central, e São
João, que distribui água para a Zona Norte. O projeto prevê a construção de um
túnel na rocha, a 40 metros abaixo do leito do Guaíba, passando por algumas das
ilhas, para que o ponto, localizado na margem do Cais Navegantes, seja
deslocado para a região do Saco do Ferraz, no rio Jacuí.
Atualmente, o projeto está em fase de licitação do Estudo de
Impacto Ambiental, que deve ser concluído no ano que vem. A estimativa é de que
a obra seja concluída em 2020 e que tenha um custo de R$ 150 milhões.
Outro projeto é o de ozonização, que será testado nas
estações Tristeza, Moinhos de Vento e São João. "Todo o processo de
desinfecção tem relação com oxigênio, e o ozônio é um método alternativo à
cloração", explica o diretor do Dmae. A fase de testes do procedimento
está projetada para 2017. TOMADO DE JOURNAL DO COMERCIO DE RGS BR
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