viernes, 30 de septiembre de 2016

QUALIDADE DA ÁGUA ENTRA NA PAUTA DE CAMPANHA DE PREFEITURÁVEIS EM BRASIL

Cheiro e sabor na água da Capital pautaram gestão hídrica nas eleições
MARCO QUINTANA/JC Marcus Meneghetti
Depois do problema do cheiro e sabor na água de Porto Alegre e do escândalo de superfaturamento no serviço de limpeza de bueiros contratado pelo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), denunciado no mês de julho, a gestão dos recursos hídricos da Capital entrou na pauta das eleições municipais de 2016.
Por isso, pelo menos oito candidatos têm propostas, que vão desde a despoluição do lago Guaíba até investimentos no Projeto Integrado Socioambiental (Pisa), que está em andamento desde os anos 2000, com o objetivo de tratar 80% do esgoto produzido na cidade.
Durante meses, a partir de maio, a água que saiu das torneiras da cidade apresentou sabor e cheiro. Na época, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) garantiu que, apesar das características atípicas, a água estava potável para consumo.
Ao pesquisar a origem do problema, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam) chegou a suspender, em agosto, as atividades da empresa Centtraliq, que trata efluentes químicos em uma unidade na orla do lago Guaíba, a dois quilômetros do local onde o Dmae capta a água. De acordo com a Fepam, a empresa foi responsabilizada pela "emissão continuada de odores em quantidade acima do permitido".
Quanto às irregularidades do DEP, foi constatado, em julho, que a empresa JD Construções - contratada pelo órgão da prefeitura para limpar boeiros - superfaturava o serviço, cobrando por mais limpezas do que realmente tinham sido feitas. No mês seguinte, o prefeito José Fortunati (PDT) disse que pretendia recuperar pelo menos R$ 2,1 milhões desviados no esquema.
Confira abaixo as propostas dos candidatos para o tema. Até o fechamento desta edição, Julio Flores (PSTU) não havia enviado suas propostas.
Luciana Genro (PSOL)
Quer que a prefeitura lidere um trabalho em conjunto com os municípios da Região Metropolitana para desenvolver uma estratégia de combate à poluição e de manejo sustentável da água dos rios Jacuí, Taquari, Caí, dos Sinos e Gravataí, que desaguam no lago Guaíba. Sugere também a obra de mudança de local de captação da água em Porto Alegre do cais Navegantes para o rio Jacuí, mas sustenta que os R$ 150 milhões devem ser custeados pelas indústrias poluentes que despejam efluentes no Guaíba.
Fábio Ostermann (PSL)
Crê que a captação, tratamento e fornecimento de água na Capital devem ser abertos à iniciativa privada, dentro de um marco regulatório. Na reforma administrativa que propõe, órgãos como o Dmae e o DEP seriam geridos pela Secretaria de Gestão, que, entre outras funções, administraria os serviços públicos prestados por departamentos, enquanto os prepararia para a privatização ou concessão ao setor privado. Também quer promover a realização de PPPs para despoluição e revitalização do arroio Dilúvio.
João Carlos Rodrigues (PMN)
Promete valorizar os quadros técnicos do Dmae e DEP, nomeando funcionários de carreira para a direção desses órgãos. Propõe a revisão dos contratos com as empresas terceirizadas que prestam serviços para esses departamentos. Quer ainda resgatar programas de qualidade da água implantados no Dmae quando o diretor-geral era Carlos Todeschini (PT), e agilizar a implementação do esgoto tratado em Porto Alegre, atuando em conjunto com a regularização fundiária de famílias que moram em locais sem infraestrutura.
Maurício Dziedricki (PTB)
Propõe fiscalização ostensiva no lago Guaíba, analisando a possibilidade de novos locais de captação de água bruta, tratamento de efluentes e diminuição do impacto da cidade sobre o lago. Para tal, pretende qualificar o laboratório de pesquisas do Dmae. Também sugere parcerias público-privadas (PPPs) para financiar instalações e equipamentos em bancos internacionais de compensação de emissões de carbono, com parceiros interessados em compensar suas emissões de gases financiando projetos na Capital.
Marcello Chiodo (PV)
Projeta mudar os locais de captação de água para as estações de tratamento, fazendo a captação junto às ilhas do Guaíba. Também pretende recuperar a balneabilidade do lago. Para tal, defende investimentos no Pisa até aumentar a capacidade de tratamento de esgotos da cidade para 80% e a conclusão do Sistema de Esgotamento Sanitário do Sarandi (SES Sarandi). Propõe sanções pesadas às empresas poluidoras que lançarem efluentes contaminados no Guaíba.
Raul Pont (PT)
Pretende diminuir o número de Cargos de Confiança (CCs) e serviços terceirizados no Dmae, DMLU e DEP, valorizando funcionários de carreira. Projeta a formulação de um Plano de Segurança da Água para regular as atividades de empresas na orla do Guaíba e monitorar a qualidade da água, além de um programa de preservação e revitalização dos arroios, em função de sua importância para a drenagem. Projeta ainda investimentos no Projeto Integrado Socioambiental (Pisa).
Nelson Marchezan JR. (PSDB)
Pretende fazer um estudo sobre a necessidade de mudar o local da captação de água, o tratamento de dejetos na cidade, além de fiscalizar a aplicação dos recursos vindos de financiamentos internacionais para o Pisa. Também pretende unificar o Dmae e o DEP. E ainda buscar soluções com as prefeituras de cidades que também estão localizadas na orla do Guaíba.
Sebastião Melo (PMDB)

Propõe duas obras sobre a gestão hídrica da cidade: a mudança do local de captação de água, buscando-a no rio Jacuí. Os recursos viriam de financiamentos externos. A outra é a ampliação da Estação de Tratamento de Água do Belém Novo ou a construção de uma nova estação. A obra, que custaria em torno de R$ 300 milhões, seria motivada pelo crescimento da zona Sul da Capital. TOMADODE JOURNAL DO COMERCIO DE RGS BR 

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