Referência estimada para o mês de dezembro é de R$ 0,9407 o
litro
MYCHELE DANIAU/AFP PHOTO/JC
Depois de um ano de pico histórico e consequente redução, o
preço de referência do leite termina 2016 em estabilidade no Rio Grande do Sul.
O valor consolidado de novembro ficou em R$ 0,9457, acima do projetado de R$
0,9362. Para dezembro, o preço de referência estimado é de R$ 0,9407, apenas
0,53% abaixo do mês anterior.
Segundo o presidente do Conselho Paritário de Produtores e
Indústrias de Leite do Estado (Conseleite), Alexandre Guerra, além da
sazonalidade normal da safra, os números refletem o momento econômico de
contenção das importações. Isso porque, além do aumento dos preços do leite em
pó nos últimos leilões no mercado internacional, a questão cambial tornou menos
atrativa a importação pelo Brasil, o que garante maior estabilidade de preços
no mercado interno. "As indústrias estão trabalhando na ribanceira.
Tivemos um ano todo de inflação e estamos vendendo o leite UHT no mesmo preço
do ano passado", pontuou Guerra.
A posição é compartilhada por Márcio Langer, assessor da
Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag). "Tivemos alguns meses
em 2016 que até achamos que as coisas estavam boas, mas agora estamos pior do
que antes", lamenta, alertando para desestímulo no campo em função do
aumento dos custos de produção. Entre as metas do Conseleite para 2017, foram
alinhados dois pontos principais a serem pleiteados: a garantia de restrições à
reidratação de leite em pó importado e políticas de apoio do governo através de
compra governamentais.
O vice-presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues, disse que
muitos produtores estão trabalhando no vermelho em função de endividamento para
aquisição de maquinários e insumos. Segundo ele, a previsão é que muitos deixem
a atividade nos próximos anos. "Levamos um baque com a importação do
Uruguai, mas temos que ter claro que vivemos em um cenário globalizado. Se
nosso preço estiver acima, vamos ter novamente esse baque", frisou,
lembrando que o que determina preço ao produtor é o mercado.
Os dados tabulados pela Universidade de Passo Fundo (UPF)
foram apresentados ontem, em Porto Alegre, em reunião mensal do Conseleite, por
Darlan Palharini, secretário executivo do Sindilat. Palharini ainda fez análise
dos dados referentes à balança comercial dos lácteos. Em 2016, houve aumento de
importações e redução de exportações, principalmente puxada pela menor
aquisição de lácteos pela Venezuela. Nos primeiros 11 meses de 2016, os
embarques brasileiros de lácteos somaram 51,2 mil toneladas frente a aquisições
de 222,1 mil toneladas. TOMADO DE JOURNAL DO COMERCIO DE RGS BR
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