Produção
agroecológica tem a qualidade como princípio fundamental
Foto: Kátia Marcon/Emater RS-Ascar
Produção agroecológica tem a qualidade como princípio
fundamental
Família Stephanowski é exemplo de agricultores ecologistas -
A produção orgânica e o consumo de alimentos considerados
limpos têm sido priorizados em vários países, inclusive no Brasil. Na
agricultura orgânica, a qualidade é um dos princípios fundamentais, além do
respeito à cultura e aos saberes locais, da preocupação com a preservação da
biodiversidade, da prioridade para os mercados consumidores locais e,
principalmente, a não utilização de agrotóxicos e produtos químicos solúveis e
sem Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) ou transgênicos.
Atualmente, a produção orgânica engloba todos os alimentos,
desde frutas, legumes e grãos, até criações. A avicultura colonial, por
exemplo, está crescendo, baseada num sistema de criação em transição para o
orgânico, em que os animais são criados soltos e não estabulados, com maior
atenção para a densidade, que é menor do que a criação convencional de aves.
O cultivo de morango em substrato orgânico também é outro
trabalho que a Emater incentiva, assim como a agrofloresta, proposta que alia
produção de hortigranjeiros ou frutas, ou ainda criações com a preservação da
mata nativa. O Rio Grande do Sul tem cerca de 110 hectares de sistemas
florestais legalmente manejados.
De acordo com dados do Cadastro Florestal do Rio Grande do
Sul, de agosto de 2015, o Estado tem sete unidades agroflorestais cadastradas,
com registro de manejo junto à Divisão de Licenciamento Florestal (Debio),
antigo Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap), vinculado à
Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Esse registro na Debio permite ao produtor manejar, cortar e
aproveitar na propriedade produtos madeiráveis, como o louro, o angico branco,
a cabriúva e a canjerana, e os não madeiráveis, como laranja e bergamota, de
onde se extrai suco e óleo essencial, assim como as frutas nativas, como butiá
da praia, araçá, pitanga e jabuticaba.
"Todas essas práticas fazem parte do Programa de
Agricultura de Base Ecológica, que por sua vez é parte do Plano Estadual de
Agroecologia e Produção Orgânica, também conhecido como Rio Grande Agroecológico,
cujas ações são executadas pela Emater", destaca Ari Uriartt, assistente
técnico estadual de Agroecologia da Emater.
Feiras e consumo consciente
As feiras ecológicas têm atraído cada vez mais consumidores,
pois são espaços de comercialização de alimentos saudáveis e promovem a
cultura, o troca-troca de sementes e o turismo rural. As feiras também
possibilitam ao público consumidor vivenciar as lidas do campo e as práticas
agroecológicas. Mas o motivo que fideliza o público é o contato direto entre
produtor e consumidor, estreitando conhecimentos, interagindo e criando uma
relação de confiança.
São várias as oportunidades de ampliar o contato com as
práticas ecológicas ou agroecológicas. Nos supermercados, esse consumo também
se aplica na comercialização de hortaliças, grãos, farinhas, frutas e carnes,
além de chocolates, ervas e cafés, todos produzidos de forma agroecológica, e
sendo disponibilizados para um público que não consegue ir às feiras.
"Interessante destacar que hoje quase 2% dos itens comercializados nos
supermercados são ecológicos ou agroecológicos", cita Uriartt.
Hoje, o Rio Grande do Sul tem 89 feiras no interior e sete
em Porto Alegre, registradas e divulgadas pela Comissão Estadual da Produção
Orgânica (Ceporg), por Organizações Não-Governamentais (ONGs) e pela Emater.
"Está em negociação, pelos membros do Ceporg, a realização de um segundo
levantamento para atualizar também o número de agricultores ecológicos e
disponibilizar esses dados para o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec)”,
ressalta Uriartt. TOMADO DE AGORA DE RGS BR
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