OS SINTOMAS E COMO EVITAR A DENGUE, A ZIKA E A
CHIKUNGUNYA
Estão sujeitas a contrair essas enfermidades as
pessoas que nunca as tiveram antes
Por: Larissa Roso Foto: Divulgação / Fiocruz
Passado quase um ano do alerta de emergência global emitido
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por conta da ameaça do vírus da zika,
que disseminou pânico entre gestantes, este será o verão em que deverá ocorrer
um aumento expressivo dos casos de chikungunya. As duas doenças, além da
dengue, que também já foi mais marcante em outras temporadas, são transmitidas
pelo mosquito Aedes aegypti. Apesar de um sentimento generalizado
de que "o pior já passou", especialistas salientam que a população
precisa continuar se prevenindo, eliminando possíveis criadouros do inseto e
utilizando roupas de mangas compridas e repelente nas áreas de maior risco.
Estão sujeitas a contrair essas enfermidades as pessoas que
nunca as tiveram antes. O Rio Grande do Sul é considerado mais suscetível à
chikungunya atualmente porque o vírus ainda não circulou de forma significativa
pelo Estado antes — os gaúchos, "virgens" para esta infecção,
estariam portanto mais propensos a contraí-la. Os fluxos de viajantes são determinantes
nesse cenário. Turistas do Sul que passam férias em outras regiões do país, ou
os radicados em outros Estados que vêm para cá visitar familiares, podem ser
picados por mosquitos que carregam o vírus e trazer a doença, que então se
espalha pelo território a partir das picadas de outros mosquitos.
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— Temos o vetor e temos diversas pessoas suscetíveis. O que
falta é o vírus circular — explica Eduardo Sprinz, infectologista do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre e professor da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Doenças podem ter consequências graves
Dengue, zika e chikungunya têm muitos sintomas em comum, o
que dificulta o diagnóstico — e, de modo geral, os médicos ainda precisam
observar mais, a longo prazo, o comportamento dos vírus, para entendê-los
melhor. A chikungunya, que também pode ser transmitida pelo Aedes albopictus,
geralmente provoca febre alta de início rápido e dores intensas nas
articulações de pés, mãos, dedos, tornozelos e pulsos (leia mais ao lado). A
maior parte dos casos tem manifestação de sintomas, e há risco de que o
paciente sofra com dores crônicas por anos.
— A dengue sem atendimento médico nos casos graves pode
levar a óbito.
A chikungunya, a dores incapacitantes. E a zika pode
provocar malformação em fetos e sintomas neurológicos que podem comprometer o
indivíduo e até levar à morte — resume Sprinz.
Tainá Fagundes Behle, infectologista do Hospital Moinhos de
Vento, recomenda que as grávidas continuem reforçando a proteção.
— Acho que não há motivo para um pavor insano, sobretudo
aqui no Rio Grande do Sul, mas as gestantes devem tomar cuidado: que pelo menos
no verão usem repelente, que procurem atendimento médico se tiverem sintomas e
evitem lugares que têm circulação aumentada do vírus — orienta a médica. — Em
geral, temos uma preocupação com saúde bem pequena. Nos preocupamos
sazonalmente e depois acabamos esquecendo — completa.
Quanto aos repelentes, Tainá recomenda os produtos à base de
icaridina e ressalta que devem ser seguidas as orientações de uso especificadas
nas embalagens. É importante obedecer à frequência de aplicação e reaplicar
após banhos de chuveiro, mar ou piscina. O repelente deve ser passado depois do
filtro solar.
Proteja-se dos mosquitos
— Elimine ou cubra locais com água parada (pneus, latas,
vidros, caixas d'água e outros reservatórios mal tampados), que são possíveis
criadouros de mosquitos. Reforce o alerta de prevenção na vizinhança.
— Em vez de água, coloque areia nos pratos dos vasos de
plantas.
— Lave e escove os bebedouros de animais.
— Mantenha ralos, canos e calhas desentupidos.
— Guarde garrafas vazias com o gargalo para baixo.
— Trate a água da piscina o ano inteiro.
— Vista calças compridas e blusas de manga longa nas áreas
de maior risco.
— Repelentes e inseticidas, telas em janelas e portas
complementam a proteção.
— Mosquiteiros são uma boa opção para quem dorme durante o
dia, como bebês, doentes acamados e trabalhadores noturnos. Nesse período, os
mosquitos estão mais ativos.
Fontes: Ministério da Saúde e Secretaria Estadual da
Saúde
TOMADO DE ZERO HORA DE RGS BR
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