viernes, 3 de marzo de 2017

IGREJA CATÓLICA ABORDA O CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE

IGREJA CATÓLICA ABORDA O CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE
Campanha da Fraternidade foca na preservação dos biomas brasileiros
Foto: Fotos Públicas/Welington Pedro de Oliveira
Igreja Católica aborda o cuidado com o meio ambiente
Mata Atlântica é uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta. Sua área original já foi quase que totalmente afetada pelo desmatamento
ESTHER LOURO
Desde 1962, no período da Quaresma, a Igreja Católica promove a Campanha da Fraternidade (CF), sempre propondo um tema com grande importância social, a fim de suscitar reflexões pessoais e coletivas. Neste ano, a CF traz o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”, com o objetivo de cuidar da criação, de modo especial dos biomas, promovendo relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, sempre, à luz do Evangelho.
 Nestes 55 anos, já aconteceram outras campanhas com temas ligados à preservação da casa comum, a primeira delas foi em 1979, com o tema “Preserve o que é de todos”. De lá para cá, ao menos seis foram com esse enfoque, sendo que, na última década, a preocupação com a preservação se intensificou e refletiu na Igreja Católica, que, após a CF 2011, aposta agora numa dobradinha: 2016 com o tema “Casa Comum, Nossa Responsabilidade” e 2017 com “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”.
Segundo dom Ricardo Hoepers, Bispo da Diocese do Rio Grande, o foco da Igreja nesses temas tem muito a ver com o que acontece atualmente e na necessidade de se fomentar atitudes ecologicamente conscientes nas pessoas, antes que seja tarde. Além disso, para dom Ricardo, as CFs futuras prometem continuar com a temática ecológica preservacionista, uma vez que o Papa Francisco é muito preocupado com essas questões.
“Nos últimos anos, a consciência com as questões ecológicas vem aumentando, afinal, se não cuidarmos do que é nosso, do que nos é dado pelo Dom de Deus, teremos consequências sérias no futuro. O Para Francisco vem recuperando esse pensamento de São Francisco de Assis e faz reflexões bem profundas sobre o respeito ao meio ambiente e sobre o cuidado com a criação divina, pois sem respeito estamos apenas prejudicando a saúde do planeta”, disse Dom Ricardo.
 BIOMAS Na encíclica do Papa Francisco, chamada de Laudato SI', o chefe da Igreja faz um pedido pela unificação global das ações para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas, apoiado a ela, a CF de 2017 aponta os desafios perante os biomas e os povos que neles vivem. No Brasil, há seis biomas: a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Caatinga e o Pampa.
Para o bispo, é necessário e urgente a conscientização sobre a importância do cuidado com os Biomas, “Temos que cuidar de todos os Biomas, se o coração está mal, todo o corpo sofre, da mesma forma, se um bioma começa a ser explorado, todos os biomas sofrem. A importância de um bioma vai além da questão geográfica, temos questões culturais e humanas envolvidas e não podemos deixar que depredem a nossa Amazônia, o nosso Cerrado ou a Mata Atlântica mesmo, que, desde o descobrimento do Brasil está sendo explorada e hoje só nos resta 5% da Mata original”, explicou.
Sobre a exploração e a degradação dos biomas, dom Ricardo lembra que vidas estão sendo dizimadas. “Devemos reconhecer as riquezas nativas e ver o que já está perdido, a quantidade de vida animal, a mata degradada. Não se deve encarar os biomas como um comércio, deve-se explorar de maneira responsável e ecológica, não pensar apenas no próprio lucro e sim no bem comum e na preservação”, concluiu.
500 COMUNIDADES
Durante a CF, diversas ações são feitas nas Comunidades Católicas para propagar o tema, a partir de palestras, conferências e até nas missas. A Diocese do Rio Grande é responsável por seis municípios e, segundo estimativa do Bispo, o tema deve ser espalhado por 500 comunidades dentro da Diocese.
“Nesses 40 dias, serão realizadas ações para abranger três níveis: o pessoal, que pretende fomentar uma maior consciência ecológica; o comunitário, que tem como objetivo se refletir em grupo e se criar ações completas; e o social, que pretende dar, sim, a seguridade para os biomas. Todos estes níveis dependem um do outro, devemos agir com fraternidade para cuidar dos nossos biomas”, explicou.

Ontem (2), aconteceu, em nível Diocesano, o lançamento da Campanha da Fraternidade e durante a noite, no Centro Diocesano de Pastoral, ocorreu uma grande Conferência para iniciar a discussão sobre os Biomas. Na oportunidade, o bispo Dom Ricardo falou sobre “Os biomas e a defesa da vida” e Daniel Prado falou sobre “Biomas brasileiros: a luta pela preservação de Gaia”. Tomado de agora de rgs br 

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