IGREJA CATÓLICA ABORDA O CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE
Campanha da Fraternidade foca na preservação dos biomas
brasileiros
Foto: Fotos Públicas/Welington Pedro de Oliveira
Igreja Católica aborda o cuidado com o meio ambiente
Mata Atlântica é uma das áreas mais ricas em biodiversidade
e mais ameaçadas do planeta. Sua área original já foi quase que totalmente
afetada pelo desmatamento
ESTHER LOURO
Desde 1962, no período da Quaresma, a Igreja Católica
promove a Campanha da Fraternidade (CF), sempre propondo um tema com grande
importância social, a fim de suscitar reflexões pessoais e coletivas. Neste
ano, a CF traz o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o
lema “Cultivar e guardar a criação”, com o objetivo de cuidar da criação, de
modo especial dos biomas, promovendo relações fraternas com a vida e a cultura
dos povos, sempre, à luz do Evangelho.
Segundo dom Ricardo Hoepers, Bispo da Diocese do Rio Grande,
o foco da Igreja nesses temas tem muito a ver com o que acontece atualmente e
na necessidade de se fomentar atitudes ecologicamente conscientes nas pessoas,
antes que seja tarde. Além disso, para dom Ricardo, as CFs futuras prometem
continuar com a temática ecológica preservacionista, uma vez que o Papa
Francisco é muito preocupado com essas questões.
“Nos últimos anos, a consciência com as questões ecológicas
vem aumentando, afinal, se não cuidarmos do que é nosso, do que nos é dado pelo
Dom de Deus, teremos consequências sérias no futuro. O Para Francisco vem
recuperando esse pensamento de São Francisco de Assis e faz reflexões bem
profundas sobre o respeito ao meio ambiente e sobre o cuidado com a criação
divina, pois sem respeito estamos apenas prejudicando a saúde do planeta”,
disse Dom Ricardo.
BIOMAS Na encíclica
do Papa Francisco, chamada de Laudato SI', o chefe da Igreja faz um pedido pela
unificação global das ações para combater a degradação ambiental e as
alterações climáticas, apoiado a ela, a CF de 2017 aponta os desafios perante
os biomas e os povos que neles vivem. No Brasil, há seis biomas: a Mata
Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Caatinga e o Pampa.
Para o bispo, é necessário e urgente a conscientização sobre
a importância do cuidado com os Biomas, “Temos que cuidar de todos os Biomas,
se o coração está mal, todo o corpo sofre, da mesma forma, se um bioma começa a
ser explorado, todos os biomas sofrem. A importância de um bioma vai além da
questão geográfica, temos questões culturais e humanas envolvidas e não podemos
deixar que depredem a nossa Amazônia, o nosso Cerrado ou a Mata Atlântica
mesmo, que, desde o descobrimento do Brasil está sendo explorada e hoje só nos
resta 5% da Mata original”, explicou.
Sobre a exploração e a degradação dos biomas, dom Ricardo
lembra que vidas estão sendo dizimadas. “Devemos reconhecer as riquezas nativas
e ver o que já está perdido, a quantidade de vida animal, a mata degradada. Não
se deve encarar os biomas como um comércio, deve-se explorar de maneira
responsável e ecológica, não pensar apenas no próprio lucro e sim no bem comum
e na preservação”, concluiu.
500 COMUNIDADES
Durante a CF, diversas ações são feitas nas Comunidades
Católicas para propagar o tema, a partir de palestras, conferências e até nas
missas. A Diocese do Rio Grande é responsável por seis municípios e, segundo
estimativa do Bispo, o tema deve ser espalhado por 500 comunidades dentro da
Diocese.
“Nesses 40 dias, serão realizadas ações para abranger três
níveis: o pessoal, que pretende fomentar uma maior consciência ecológica; o
comunitário, que tem como objetivo se refletir em grupo e se criar ações completas;
e o social, que pretende dar, sim, a seguridade para os biomas. Todos estes
níveis dependem um do outro, devemos agir com fraternidade para cuidar dos
nossos biomas”, explicou.
Ontem (2), aconteceu, em nível Diocesano, o lançamento da
Campanha da Fraternidade e durante a noite, no Centro Diocesano de Pastoral,
ocorreu uma grande Conferência para iniciar a discussão sobre os Biomas. Na
oportunidade, o bispo Dom Ricardo falou sobre “Os biomas e a defesa da vida” e
Daniel Prado falou sobre “Biomas brasileiros: a luta pela preservação de Gaia”.
Tomado de agora de rgs br
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