Falta de medicamentos
para quimioterapia atrapalha tratamento de pacientes
Na manhã de ontem, pessoas que aguardavam atendimento na
Santa Casa acabaram voltando para casa sem receber medicação
Foto: Divulgação
Falta de medicamentos para quimioterapia atrapalha
tratamento de pacientes
Setor de Oncologia está localizado nos fundos do Hospital de
Cardiologia
ALINE RODRIGUES
Pacientes em tratamento de quimioterapia acabaram na manhã
de ontem (1º) retornando para casa, sem receber a devida medicação. Isso
porque, segundo informações, faltam diversos medicamentos que fazem parte do
tratamento no setor de Oncologia da Associação de Caridade Santa Casa do Rio
Grande. Conforme Michele Domingues, filha de uma das pacientes, a mãe estava na
fila para atendimento desde as 6h da manhã. No entanto, quando chegou no
momento do atendimento, a mãe foi informada de que não havia o remédio Gencitabina,
o qual ela precisa usar a cada 21
dias.
“Eles dizem que não têm os remédios e não dão nem uma opção.
As pessoas vão embora desconsoladas”, desabafa a filha da paciente. Michele
conta que chegou a pedir por escrito no hospital um documento que constasse que
a mãe estaria saindo sem a medicação, porém o pedido foi negado. “Mandaram eu
ir no jurídico da Santa Casa. Eu vou e espero ser atendida. Esse remédio, ela
tem que tomar sete dias após a primeira dose, hoje (ontem) era para repetir”,
explica.
Ela conta ainda que teve que, pela terceira vez, pagar o
tratamento particular na cidade vizinha de Pelotas. “A administração da Santa Casa não quis nem
me ouvir, insisti com a recepcionista e ela disse que nada poderia fazer. Pediu
para eu ligar amanhã (hoje). A assistente social não quis me dar a negativa por
escrito, informando que não foi realizado medicamento pela falta do mesmo. Por
que não ligaram para os pacientes que estavam na agenda informando? Por que as
pessoas têm que ficar desde as 5h, 6h na fila com esse calor, com fome,
cansadas e debilitadas?”, desabafa.
Ela lembrou ainda que, há cerca de um mês, a direção do
hospital divulgou uma nota à imprensa dizendo que o serviço no setor de
Oncologia estava restabelecido de forma plena e que teria disponível todos os
medicamentos oncológicos necessários.
Michele observa ainda que cada vez que vai a Pelotas para
fazer o tratamento particular, o investimento é de aproximadamente R$ 800,
entre quimioterapia, combustível, alimentação e pedágios. A filha de uma outra
paciente, que também não recebeu a medicação, utilizou as redes sociais para
tentar conseguir o remédio Taxofen, o qual não é vendido em farmácias e também
não estava disponível.
O QUE DIZ A SANTA CASA
A reportagem do Agora tentou contato com a administrador da
Santa Casa, Maicon Lemos, mas não obteve sucesso. Entretanto, recebeu
informações do setor da direção do hospital. Segundo dados, há uma relação de
remédios, os quais a direção está fazendo a cotação, porém há muitos que estão
em falta. Conforme informações, a maior dificuldade está sendo em conseguir
medicamentos em grandes quantidades. A direção informou que hoje (2) os
medicamentos que forem encontrados nas distribuidoras serão comprados e que,
provavelmente, na próxima semana devam chegar ao Município. O valor do pedido
dos medicamentos que estão em falta é de R$ 41.853,00.
Além disso, a direção diz que todos os medicamentos do setor
de oncologia são pagos à vista e que não procede a informação que a reportagem
recebeu de que clínicas da região não estariam disponibilizando os medicamentos
para o hospital por falta de pagamento. Outra informação dada pela direção é
que o hospital chegou a fazer a compra de remédios de uma clínica de São Paulo,
a qual foi paga à vista em janeiro deste ano, porém, por falta dos
medicamentos, a nota teve que ser estornada.
Sobre o planejamento mensal das compras dos medicamentos, a direção
informa que sempre que os responsáveis do setor de Oncologia do hospital fazem
o pedido daqueles remédios que estão em falta, a compra é realizada em seguida.
TOMADO DE AGORA DE RGS BR
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