Mahindra planeja aumentar produção no Brasil
No Rio Grande do Sul, empresa fabrica modelos de 45 cv a 92
cv
MAHINDRA/DIVULGAÇÃO/JC Jefferson Klein
Apesar de não citar números no momento, o grupo indiano
Mahindra adianta que pretende fazer uma agressiva expansão da sua capacidade de
fabricação de tratores no Brasil. Atualmente, a planta da empresa, no município
de Dois Irmãos, pode produzir até 1,2 mil veículos desse tipo ao ano.
Recentemente, a companhia informou que a operação no País
passaria a ser gerida pela própria Mahindra, reportando-se à filial nos Estados
Unidos, como já ocorre com México e Canadá. Até então, a Bramont era
responsável pela marca no cenário local. O presidente da Mahindra Estados
Unidos, Mani Iyer, destaca que o grupo possui, hoje, uma pequena participação
na comercialização de tratores no Brasil, porém "são grandes os planos
para a região". O executivo acrescenta que, nos principais mercados do
planeta, a companhia está entre os três maiores players do setor e não há
motivos para o mesmo não ocorrer no País.
Iyer afirma que a ideia é duplicar ou triplicar o
investimento feito até agora. Em 2012, quando o grupo anunciou a operação da
fábrica em Dois Irmãos, divulgou que seriam aportados entre US$ 40 milhões e
US$ 50 milhões. Ainda não está definido se a ampliação da capacidade da
companhia acontecerá no município gaúcho, contundo o diretor-geral de Operações
da Mahindra Brasil, Jak Torretta Junior, diz que a intenção é continuar no Rio
Grand do Sul.
Por enquanto, no Estado são montados três modelos mundiais
da marca, de 45 a 92 cv e a empresa pretende elevar para seis esse número. O
grupo também investirá na ampliação da rede concessionária. Ao longo do próximo
ano, a meta é dobrar a quantidade de pontos de venda no País, passando de 11
para mais de 20. O foco da abertura desses estabelecimentos serão estados como
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Torretta Junior argumenta que para investir durante uma
crise econômica é preciso montar um plano de negócios adequado e trabalhar
passo a passo. O dirigente informa que o mercado nacional de tratores hoje está
cerca de 30% abaixo do desempenho do ano passado, sendo que a perspectiva é
comercializar algo entre 30 mil a 35 mil unidades em 2016. Torretta Junior e
Iyer participaram ontem de entrevista coletiva para comentar os planos da
companhia. Durante a ocasião, o presidente da Mahindra Estados Unidos também
foi questionado sobre o resultado da eleição norte-americana. O executivo foi
diplomático na resposta. Comentou que Barack Obama fez um bom trabalho para os
Estados Unidos continuarem crescendo e manteve uma boa relação externa. Quanto
a Donald Trump, salientou que se trata de um empresário de sucesso e que,
provavelmente, fará bem para o país.
Justiça determina a indisponibilidade de bens dos diretores
da Comil de Erechim
O bloqueio de até R$ 20 milhões nas contas particulares, a
proibição de transferência de veículos e a indisponibilidade dos bens imóveis
dos sócios Dairto Corradi, Deoclécio Corradi e Diógenes Corradi Pagliosa foi
determinado pela juíza Paula Silva Rovani Weiler, da 3ª Vara do Trabalho de
Erechim em resposta à ação movida pelo Ministério Público do Trabalho de Passo
Fundo. O objetivo é assegurar recursos para o pagamento das verbas rescisórias
dos 850 trabalhadores demitidos no início de setembro. O acerto das dívidas dos
trabalhadores foi incluído na recuperação judicial da empresa e o pagamento
pode demorar até um ano para acontecer, segundo estimativa da justiça.
Na decisão, a juíza destacou que "ficou evidente"
que a recuperação judicial foi proposta com evidente abuso de direito.
"Ficou cristalino que a reclamada não pretendia realizar o pagamento dos
valores rescisórios, posto que realizou a dispensa dos empregados poucos dias
antes do ajuizamento da recuperação judicial". Esta conduta, segundo a
juíza " já comprova que a intenção da empresa nunca foi honrar o pagamento
das verbas rescisórias, mas usar da recuperação judicial, com abuso de direito,
para obstar o cumprimento dos direitos trabalhistas, já que uma ação de
recuperação judicial não se prepara em poucos dias, ainda mais na complexidade
do caso da demandada".
A juíza considerou que a Comil violou importantes conceitos
constitucionais e trabalhistas ao incluir o pagamento das verbas rescisórias na
recuperação judicial e considerou que a execução deve ser redirecionada contra
os sócios controladores porque "deve-se ressaltar que o empregado não assume
os riscos do empreendimento, uma vez que jamais participa dos seus lucros e não
tem qualquer ingerência sobre os destinos da empresa". Em outro trecho da
decisão, ressalta que " e indefensável exigir que o trabalhador abra mão
de sua capacidade de trabalho, com o objetivo da sua subsistência e da sua
família, sem a correspondente contraprestação , porquanto, esta é o encargo
principal do empregador ".
Os demitidos foram comunicados da decisão ontem, numa
assembleia realizada no sindicato. O presidente da entidade, Fábio Adamczuk,
destacou que "se torna cada vez mais evidente que as reuniões realizadas
entre empresa e sindicato serviram para simular uma negociação". Segundo a
entidade, a empresa afastou todos os trabalhadores, colocando-os em licença
remunerada, impossibilitando a discussão e a tomada de decisão entre sindicato
e trabalhadores, pois já estava tudo planejado. "Se tivéssemos fechado
qualquer acordo para viabilizar as demissões, até mesmo aceitando o
parcelamento das verbas rescisórias em duas, três ou cinco vezes, não teria
validade, pois as verbas rescisórias de qualquer forma estariam dentro da
recuperação judicial, estava tudo planejado para demitir e jogar no colo dos
trabalhadores a responsabilidade pela ineficácia administrativa demonstrada
pela direção da empresa nos últimos anos", afirmou Adamczuk. TOMADO DE
JOURNAL DO COMERCIO DE RGS BR
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