jueves, 25 de mayo de 2017

LEISHMANIOSE Combate ao mosquito transmissor da leishmaniose deve ser com inseticida e tela

 LEISHMANIOSE Combate ao mosquito transmissor da leishmaniose deve ser com inseticida e tela
FOTO Flebotomíneo se prolifera em solos úmidos
Isabella Sander
Transmissor de leishmaniose, o mosquito-palha, ou flebotomíneo, é um inseto pequeno, que gosta de lugares úmidos e escuros. Segundo Onilda Santos da Silva, professora de Parasitologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), não é possível precisar onde esse mosquito deposita suas larvas, o que torna mais difícil seu combate. "Uma das melhores formas é usar telas de proteção e piretróides (inseticidas)", sugere.
Onilda reconhece que o mosquito-palha pode adquirir resistência ao inseticida ao longo do tempo. "Depende de qual local está recebendo o piretróide, com que frequência, qual tipo de pulverização está sendo feita e se está sendo aplicado no lugar certo. Porém, infelizmente, ainda é um instrumento bastante importante, porque não sabemos de onde o mosquito vem", explica.
Ao contrário do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, que costuma se instalar em lugares com água limpa e parada, o mosquito-palha gosta de ficar em lugares onde o solo é úmido. "Mas não tem como saber se ele vem do solo úmido ao lado da tua casa ou não", lamenta. Quem habita regiões próximas a algum mato pode também evitar apontar luzes para aquele local, pois a iluminação atrai o mosquito-palha.
Em Porto Alegre, ocorre atualmente uma endemia de leishmaniose nos entornos do morro Santana, na zona Leste. Três moradores da região já morreram infectados com a doença desde o final do ano passado. A prefeitura discute, desde o início de maio, se deve fazer eutanásia em cachorros contaminados ou não.
Quem mora em locais com solo úmido, onde há forte presença de mato e árvores, por exemplo, pode prevenir a contaminação por leishmaniose através da aplicação de inseticida e uso de telas de proteção. As telas, contudo, precisam ser muito finas, uma vez que o mosquito-palha mede de dois a três milímetros, sendo muito menor do que o Aedes aegypti, que tem aproximadamente sete milímetros. "O mosquiteiro tradicional não resolve o problema. É preciso ser uma malha muito fininha para evitar o mosquito", informa a professora da Ufrgs.
Além disso, quem tiver cachorro deve procurar mantê-lo em locais fechados durante a noite. "O mosquito-palha é noturno. A ação deles começa ao escurecer e eles permanecem ativos até um pedaço da noite", observa Onilda. Os animais devem, ainda, usar coleiras repelentes.
Da mesma forma, é preciso evitar deixar lixo em áreas externas, o que pode atrair animais como gambás e ratos, que são reservatórios do protozoário leishmania. A docente nega que os mosquitos-palha se proliferem em focos de lixo. "Se o lixo for orgânico até pode contribuir, mas eles costumam ficar dentro da mata. As fêmeas depositam seus ovos em solo úmido, sombrio e rico em matéria orgânica", pontua. Na superfície, os resíduos não representam risco além do de atrair animais hospedeiros do protozoário.

A leishmaniose visceral não é contagiosa, é causada por um parasita e ocorre principalmente em áreas rurais. Caracteriza-se por febre de longa duração, perda de peso e de força e anemia. Além do ser humano, animais silvestres, raposas e, em grandes cidades, especialmente cachorros também são hospedeiros da doença. Nos humanos, se tratada de forma precoce, tem grande potencial de cura. Com o passar do tempo, no entanto, os sintomas vão se agravando e a doença atinge órgãos como baço e fígado. TOMADO DE JOURNAL DO COMERCIO DE RGS BR 

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