Nível do rio Guaíba deixa prefeitura de Porto Alegre em
alerta
JONATHAN HECKLER/JC
Os gaúchos continuam sofrendo com as consequências da chuva
que atinge o Estado desde a semana passada. De acordo com levantamento da
Defesa Civil, há danos em 60 municípios, e mais de 500 famílias foram afetadas.
No total, 2.384 pessoas tiveram de deixar suas casas - 1.889
estão desalojadas e 495, desabrigadas. Por enquanto, são 19 municípios em
situação de emergência (Tiradentes do Sul, Campo Novo, Três Passos, Coronel
Bicaco, Tenente Portela, Panambi, Cristal, Sertão, São Jerônimo, Tunas, São
José das Missões, Itaqui, Casca, São Borja, Pedras Altas, Boqueirão do Leão,
Dom Pedrito, Barros Cassal e Vila Lângaro).
A Defesa Civil está em alerta, uma vez que existe alto risco
nas bacias dos rios Uruguai, Caí e Taquari. O rio Uruguai continuará subindo
nos próximos dias, e, no rio Caí, a chuva pode chegar forte entre hoje e
amanhã, aumentando os riscos de inundações. Também está prevista precipitação
intensa na área de contribuição do rio Taquari.
Esses três rios permanecem em estado de alerta para
inundações. O rio Jacuí, assim como o Guaíba, está em atenção. Além disso, as
coordenadorias regionais continuam vistoriando as áreas afetadas, e outras
cidades podem decretar situação de emergência.
O retorno das famílias às casas ainda é lento no Estado. Por
enquanto, somente os desalojados de Panambi voltaram para suas residências. No
entanto, em São Sebastião do Caí, há 35 famílias desalojadas, assim como em
Uruguaiana (45), Itaqui (82), Montenegro (62) e Campo Novo (22).
Em São Sebastião do Caí, uma das cidades mais afetadas, o
nível do rio Caí começou a baixar. Depois de chegar aos 12,65 metros acima do
normal no domingo, ontem estava a nove metros. Mesmo assim, a previsão de chuva
de pelo menos 70 milímetros para Caxias do Sul e Nova Petrópolis, na Serra
Gaúcha, mantém o estado de alerta e de risco de retomada da elevação do rio no
município. Por isso, os desalojados serão mantidos no abrigo improvisado pela
prefeitura.
A constante precipitação também afetou o lago Guaíba. Por
enquanto, não apresenta riscos, mas o Centro Integrado de Comando da Capital
ficará atento, uma vez que a previsão de volta de chuva intensa para hoje e
amanhã aumenta o risco de cheia. Ontem à tarde, a régua que mede a altura do
Guaíba alcançou 1,96 metro - a cota de cheia é de 2,10 metros.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),
para esta quarta-feira, as condições meteorológicas são favoráveis à ocorrência
de chuva, moderada a forte, com trovoadas e rajadas de vento, variando entre 60
e 90 quilômetros em áreas do Oeste, do Norte, do Centro e do Nordeste. A
temperatura deve variar entre 8 e 19 graus no Estado, e entre 14 e 17 graus na
Capital.
A terça-feira trouxe, mesmo que em pouca intensidade, a
chuva de volta ao Estado. Em Porto Alegre, as temperaturas variaram entre 15,2
e 18 graus. No Rio Grande do Sul, a mais alta, de 22,6 graus, foi registrada em
Iraí, e a mais baixa, de 8,5, em Santa Vitória do Palmar.
Chuva constante deixa sete mortos em Pernambuco e Alagoas
No entanto, ontem, o governo de Pernambuco mudou a
classificação de 14 municípios em estado de calamidade para situação de
emergência. Outras 10 cidades tiveram o estado de emergência reconhecido em um
segundo decreto. O Ministério da Integração Nacional define que a
"situação de emergência" é decretada em razão de desastres menos
graves, quando a capacidade de resposta do município atingido não é superada,
mas requer ajuda complementar do estado ou da União para as ações de socorro e
de recuperação. Já o estado de calamidade é utilizado quando é necessário o
auxílio direto do estado ou da União por causa da magnitude do desastre.
O presidente Michel Temer autorizou um empréstimo de R$ 600
milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para concluir
quatro represas, cuja construção foi anunciada em 2010.
A situação dos moradores dos dois estados está tão grave que
as famílias estão disputando sacos de comida molhados e cobertos de lama,
descartados por supermercados. O fato ocorreu em Palmares, quando um
supermercado do Centro da cidade descartou uma série de produtos alimentícios
que foram estragados pela enchente de segunda, atraindo dezenas de pessoas em
função da escassez de água potável e de alimentos. TOMADOD E JOURNAL DO
COMERCIO DE RGS BR
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