AF Agência France-Presse
A ELA é uma doença degenerativa progressiva que afeta os
neurônios que controlam os movimentos musculares voluntários(foto: Dirceu
Neto/Esp. CB)
(foto: Dirceu
Neto/Esp. CB)
Montevidéu, Uruguai -
Pesquisadores do Uruguai, França e Estados Unidos descobriram que existe um
mecanismo imunológico que parece estar diretamente vinculado com o avanço da
esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma descoberta que pode abrir caminho para
tratamentos promissores.
A ELA é uma doença degenerativa progressiva que afeta os
neurônios que controlam os movimentos musculares voluntários, produzindo
paulatinamente a paralisia motora do paciente.
Os cientistas encontraram células imunológicas que invadem
de forma anormal os músculos das pessoas com ELA e interagem com as conexões
entre os neurônios motores e as fibras musculares.
Nesta invasão pode estar a origem de um processo de
inflamação crônica "que poderia explicar a falha das fibras nervosas
motoras que controlam corretamente o músculo", explicou em um comunicado
Luis Barbeito, pesquisador principal do Instituto Pasteur de Montevidéu.
Na pesquisa participaram, além do Pasteur, a Universidade do
Alabama em Birmingham, a Universidade do Estado do Oregon e o Instituto Imagine
de Paris.
"Encontramos evidências de que certas células
inflamatórias do sistema imunológico atacam essas uniões entre os neurônios e
os músculos acelerando a denervação e a paralisia", disse à AFP Emiliano
Trías, pesquisador do Pasteur e autor do trabalho publicado na quinta-feira no
Journal of Clinical Investigation Insight.
Estas células, identificadas pela primeira vez,
"poderiam ser alvo de fármacos que busquem inibir ou bloquear sua
atividade nociva sobre os músculos e os nervos" dos pacientes com ELA, uma
doença para a qual não há cura, afirmou Trías.
Em ensaios em animais com ELA, os pesquisadores encontraram
outro dado-chave: a quantidade destas células imunológicas, chamadas mastócitos
e neutrófilos, aumenta bruscamente depois de que se inicia a paralisia.
"Utilizando fármacos como o masitinib e bloqueando
especificamente estas células, poderíamos proteger as conexões que ainda
funcionam corretamente nas primeiras etapas da ELA e desta forma desacelerar o
avanço da mesma", disse Trías.
O masitinib é um fármaco em desenvolvimento que foi testado
clinicamente em oncologia durante mais de uma década, e foi testado em
pacientes com ELA em ensaios clínicos.
O tratamento nos animais diminuiu os mastócitos e preveniu a
degeneração progressiva dos nervos motores e a denervação muscular, explicaram
os pesquisadores, ao acrescentar que os resultados são promissores para
fornecer novos enfoques terapêuticos para desacelerar o avanço da perda de
mobilidade. São necessários, no entanto, mais ensaios clínicos em pacientes com
ELA, disseram. // TOMADO DE CORREIO BRAZILIENSE
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