Pacientes que apresentem contraindicações ou que não desejem
a cirurgia bariátrica podem ser beneficiados com a pílula AE Agência Estado
Por tratar-se de um método novo, os dados sobre a sua
segurança ainda são pouco conhecidos(foto: Reprodução )
A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com
obesidade ou com outras doenças paralelas, como diabetes, hipertensão arterial
e dislipidemia. Para fazer o procedimento, os médicos avaliam quatro critérios:
idade, índice de massa corporal, outras doenças associadas e o tempo de doença.
Para ser "candidato à cirurgia", o paciente deve
ter entre 18 e 65 anos, Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 40
kg/m², com ou sem comorbidades, ou entre 35 e 39,9 kg/m², com comorbidades como
diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia, que melhoram quando a obesidade
é tratada. Deve ter tido falha de tratamento clínico realizado por pelo menos
dois anos. Além disso, a pessoa não pode apresentar algumas situações
específicas, como limitação intelectual, distúrbios psiquiátricos e etilismo
atual ou recente.
A transformação estética de um paciente que realiza a
cirurgia bariátrica é visível em pouco tempo. Por isso, muita gente que não
precisaria fazer o procedimento tem a ilusão de que se "encaixaria"
nesses critérios médicos.
Recentemente começou a circular um vídeo nas redes sociais
mostrando um medicamento, uma espécie de pílula que, ao ser ingerida, se
transforma em balão gástrico. Os internautas ficaram empolgados com a
possibilidade do método pouco invasivo.
Diante da procura, a reportagem entrevistou o médico Marcos
Belotto, gastrocirurgião do Hospital Sírio Libanês de São Paulo, para tirar
dúvidas a respeito da "pílula bariátrica". Confira abaixo:
Essa pílula que se
transforma em balão gástrico pode ser uma alternativa para a cirurgia
bariátrica?
Sim, para casos específicos. Pacientes que apresentem
contraindicações ou que não desejem a cirurgia bariátrica, mas se enquadrem nas
indicações da pílula-balão podem sim serem beneficiados. Porém, é importante
ressaltar que, apesar de ambos terem como finalidade o tratamento da obesidade,
tanto a cirurgia quanto o balão possuem particularidades que devem ser
avaliadas individualmente. De modo geral, esse balão se apresenta como uma
alternativa, mas não substitui a cirurgia bariátrica em muitos casos.
Quais são os perigos
desse tipo de medicação e quais podem ser os efeitos esperados?
Por tratar-se de um método novo, os dados sobre a sua
segurança ainda são pouco conhecidos. Apesar disso, sabe-se que, por tratar-se
de um corpo estranho no interior do estômago, o paciente pode apresentar desde
náuseas e dor abdominal discreta, até o desenvolvimento de úlceras, sangramento
gástrico e obstrução intestinal por migração do balão, quadros importantes e de
risco à saúde do paciente, exigindo a retirada imediata dos balões. Quando o
dispositivo é bem tolerado, porém, os estudos usados para sua aprovação e o
fabricante relatam perda de peso variável, devendo ser associado à dieta e
exercícios físicos, como ocorre na cirurgia bariátrica.
Existe alguma
orientação pós-cirúrgica, para que o indivíduo não volte ao sobrepeso? Se sim,
qual?
Sim, o paciente deve ser previamente esclarecido e preparado
para adequações alimentares e de estilo de vida no pós-operatório, além de ser
acompanhado por equipe multidisciplinar. É fundamental que ocorra adesão à
dieta, realização de atividade física e outros cuidados, como tratamento de
transtornos psiquiátricos, situações que frequentemente se associam com o
retorno do sobrepeso. // TOMADO DE CORREIO BRAZILIENSE
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