Cientistas produzem
bebês de pares de camundongos do mesmo sexo
Pesquisadores produziram filhotes de pares de ratos do mesmo
sexo, usando uma nova tecnologia que envolve células-tronco alteradas
AF Agência France-Presse
Enquanto a equipe conseguiu produzir bebês viáveis
%u200B%u200Bde pares de camundongos fêmeas, os ratos produzidos a partir de
pares de machos não se saíram bem(foto: Reprodução )
Uma equipe de pesquisadores produziu filhotes viáveis
de pares de ratos do mesmo sexo, usando uma nova tecnologia que envolve
células-tronco alteradas para remover certos genes.
Embora as aplicações da pesquisa sejam em grande parte
teóricas por enquanto, elas podem incluir a melhoria dos métodos de clonagem
existentes para mamíferos e eventualmente tratamentos de fertilidade para
casais do mesmo sexo.
O estudo, publicado nesta quinta-feira na revista Cell Stem
Cell, relata a primeira vez que o método foi implementado com sucesso, embora
pesquisas anteriores tenham analisado outras formas de produzir bebês de casais
do mesmo sexo.
Mas enquanto a equipe conseguiu produzir bebês viáveis
%u200B%u200Bde pares de camundongos fêmeas, cujos filhotes tiveram sua própria
prole, os ratos produzidos a partir de pares de machos não se saíram bem.
Eles sobreviveram apenas 48 horas após o nascimento, apesar
de um processo complicado de manipulação genética destinado a eliminar
anormalidades resultantes do processo reprodutivo de pares do mesmo sexo.
Embora a reprodução de pares do mesmo sexo possa parecer um
caminho incomum para a pesquisa, muitas espécies são capazes de se reproduzir
através de métodos que não envolvem um par macho-fêmea.
Espécies de répteis, anfíbios e peixes podem se reproduzir
com um único pai, mas o processo é mais complicado para os mamíferos.
"Estávamos interessados %u200B%u200Bna questão de por
que os mamíferos só podem se submeter à reprodução sexual", disse o
coautor sênior Qi Zhou, da Academia Chinesa de Ciências, à revista.
Este campo de pesquisa pisa em terreno ético complicado.
Estudos prévios envolvendo edição genética e novos métodos de reprodução
geraram temores sobre as implicações éticas caso processos semelhantes
eventualmente fossem aplicados aos humanos.
Durante o processo de reprodução, os mamíferos herdam
principalmente dois conjuntos de cada gene, um da mãe e outro do pai.
Mas um pequeno subconjunto de genes, conhecidos como genes
"impressos" (imprinting), é herdado de apenas um genitor.
Para esses genes, o conjunto produzido pelo outro genitor é
efetivamente inativo, tendo sido "desligado" quando
transmitido.
Se este processo de "desligamento" não funcionar
corretamente, a prole pode sofrer anormalidades ou mesmo morrer.
A mistura de material genético de casais do mesmo sexo corre
o risco de os bebês receberem dois conjuntos de genes
"impressos".
Assim, o estudo usou células-tronco embrionárias haploides,
que se assemelham a "células germinativas primordiais, precursoras de
óvulos e espermatozoides", disse o coautor Baoyang Hu.
Eles então alteraram a composição genética das células,
excluindo regiões de imprinting para efetivamente imitar o processo de
"desligamento" na reprodução normal.
No caso dos camundongos fêmeas, três regiões de imprinting
foram excluídas das células-tronco, que foram então injetadas nos óvulos de
outro camundongo.
No caso dos ratos machos, sete regiões de imprinting foram
deletadas e as células foram injetadas em um óvulo de camundongo junto com o
esperma de um segundo "pai" de camundongo.
O núcleo do óvulo do rato foi removido, o que significa que
não havia material genético feminino, e o óvulo fertilizado foi colocado em um
camundongo substituto.
Usando dois conjuntos de DNA de camundongos fêmeas, com
manipulação de genes, os cientistas produziram 29 bebês de 210 embriões, que
viveram até a idade adulta e se reproduziram normalmente.
Mas os ratos produzidos a partir de dois conjuntos de
material genético masculino sobreviveram apenas 48 horas. Os pesquisadores
planejam um estudo mais aprofundado sobre o motivo pelo qual o processo não funcionou.
// TOMADO DE CORREIO BRAZILIENSE
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