Estas vacinas protegeram dois terços dos 72 macacos que os
pesquisadores trataram após inocular o vírus
AF Agência France-Presse
(foto: Noah
Seelam/AFP)
Pesquisadores anunciaram neste sábado (6/7) que
testaram uma vacina experimental contra o HIV, que provocou uma reação
imunológica em humanos e protegeu macacos da infecção, uma notícia considerada
animadora.
O desenvolvimento desta vacina potencial, segura para o
homem, está avançado o suficiente para que ela seja testada em 2.600 mulheres
na África Meridional.
"Estes resultados representam uma etapa
importante" para a criação de uma vacina, ressaltou o diretor do estudo, o
virologista Dan Barouch, em um comunicado na revista médica The Lancet.
No entanto, advertiu que não há nenhuma garantia de que os
próximos testes sejam positivos. "Devemos ser prudentes", declarou à
AFP.
Dois terços dos macacos-rhesus que foram submetidos ao
tratamento resultaram protegidos pela vacina nos testes de laboratório.
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Os resultados dos testes mais amplos são esperados para 2021
ou 2022. Trata-se do "quinto conceito de vacina" contra o HIV testado
em 35 anos, segundo Barouch.
Outra, chamada RV144, demonstrou que protegia o homem do HIV
até certo ponto. Em 2009, um estudo indicou ter reduzido em 31,2% o risco de
infecção de 16.000 voluntários na Tailândia.
O estudo publicado no sábado foi realizado com 393 adultos
em bom estado de saúde, soronegativos, de entre 18 e 50 anos na África
Oriental, África Meridional, Tailândia e Estados Unidos. Alguns deles receberam
um placebo.
Os testes mostraram a inocuidade do combinado vacinal, que
incluía diferentes tipos de vírus HIV, com apenas cinco participantes com
efeitos indesejados como diarreia ou tonturas.
Estas mesmas vacinas protegeram dois terços dos 72 macacos
que os pesquisadores trataram após inocular o vírus.
Alguns especialistas consultados pela AFP saudaram este
avanço. "Necessitamos tanto uma vacina", disse François Venter da
universidade de Witwatersrand (África do Sul). Mas "já conhecemos isto:
vacinas experimentais promissoras que não se concretizam".
"Provavelmente não é a vacina definitiva, mas pode ser
um avanço fenomenal", disse o francês Jean-Daniel Lelièvre, do Instituto
de Pesquisa de Vacinas. "No melhor dos casos" estas pesquisas
produzirão uma vacina administrável dentro de "quase 10 anos".
Cerca de 37 milhões de pessoas vivem com o HIV ou a aids,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e 1,8 milhão de pessoas o
contraem todos os anos. A doença matou cerca de 35 milhões dos 80 milhões que
infectou desde que foi diagnosticada pela primeira vez, nos anos 1980.
Apesar dos avanços da medicina na prevenção e tratamento da
doença, os pesquisadores insistem nas medidas que devem ser tomadas para não se
infectar: proteção durante as relações sexuais, uso de seringas novas,
esterilização do material médico, etc.// TOMADO DE CORREIO BRAZILIENSE
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