Resultado do primeiro trimestre reflete a crise no polo
naval gaúcho
/FOTO ANTONIO PAZ/ARQUIVO/JC POR Adriana Lampert
O aumento de 1,6% da taxa de desemprego no Estado, na
comparação do primeiro trimestre de 2017 (9,1%) frente ao mesmo período em 2016
(7,5%), foi o maior da série de pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) desde 2012. No entanto, comparando com outros
estados brasileiros, a variação foi uma das menores, perdendo somente para Mato
Grosso (1,4%) e Rondônia (0,5%). Ao verificar o crescimento do número de
desempregados no País, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua - trimestral para Brasil, grandes regiões e unidades da Federação,
referente ao primeiro trimestre de 2017 - apontou que a maior alta ocorreu no
Acre, onde a taxa de desemprego pulou de 8,7% no primeiro trimestre de 2016
para 15,9% no mesmo período do ano vigente.
De acordo com o coordenador da pesquisa no Rio Grande do
Sul, Walter Paulo Rodrigues, também houve aumento do trabalho informal em todo
o País. Somente em Porto Alegre, a redução do número de pessoas que trabalham
com carteira assinada foi de 1,1%. "Somente oito capitais brasileiras
registraram aumento no número de pessoas com carteira de trabalho
assinada", comenta Rodrigues. "Desde 2015 que a taxa de desocupação
vem crescendo, e, com ela, número de pessoas que estão fora da cobertura
trabalhista e previdenciária", completa.
Os dados da pesquisa mostram que, no primeiro trimestre de
2016, o Estado tinha 293 mil empregadores, e que este número aumentou para 351
mil nos primeiros três meses de 2017. "Muita gente que perdeu empregou
começou a trabalhar por conta própria ou como empregador", explica o
coordenador no Rio Grande do Sul. A Região Metropolitana de Porto Alegre também
registrou alta da taxa de desemprego, passando de 8,3% nos primeiros três meses
do ano passado para 10,9%, no primeiro trimestre deste ano.
Na Capital, o índice também subiu: de 8,75% para 10%.
"Uma série de fatores levou ao desemprego, a maioria vinculada à crise
econômica", comenta Rodrigues. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o
fechamento do polo naval foi um dos motivos do impacto no nível de emprego.
Atualmente, o Estado mantém empregada no setor privado 49,8% da sua força de
trabalho (excluindo os trabalhadores domésticos, que são 5,8%), enquanto que o
setor público emprega 11,4% da população ativa, e os empregadores e os que
trabalham por conta própria representam, respectivamente, 6,3% e 22,7% da força
de trabalho. "Os trabalhadores familiares auxiliares somam 3,9%",
completa o coordenador.
Atualmente, o País possui 14 milhões de desocupados (pessoas
que estão no mercado a procura de emprego), somando 13,7% da força de trabalho
ativa. Considerando ainda aqueles que trabalham menos de 40 horas e a força de
trabalho potencial (indivíduos que querem trabalhar, mas não estão trabalhando,
nem procurando emprego por algum impedimento de saúde ou outro motivo pessoal),
este total é de 24,1% no Brasil, 15,8% no Rio Grande do Sul, 16,1% na Região
Metropolitana de Porto Alegre e 15,9% na Capital.
Ainda de acordo com a pesquisa, o rendimento médio real
habitual dos trabalhadores está acima da média (R$ 2.110,00) no Brasil nas
regiões Sudeste (R$ 2.425,00), Centro-Oeste (R$ 2.355,00) e Sul (R$ 2.281,00),
enquanto no Nordeste (R$ 1.449,00) e no Norte (R$ 1.602,00) o rendimento está
abaixo da média. Na comparação entre as grandes regiões, do quarto trimestre de
2016 para o primeiro trimestre de 2017, ocorreu variação positiva no rendimento
nas regiões Norte (2,6%) e Nordeste (3%), enquanto nas demais o quadro foi de
estabilidade. Em relação ao primeiro trimestre de 2016, apenas para as regiões
Nordeste (4%) e Sul (4,4%) foram observados aumentos do rendimento, enquanto
nas demais regiões não foram registradas variações significativas no
rendimento. A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 182,9
bilhões para o País como um todo) com maior registro regional no Sudeste (R$
95,1 bilhões). TOMADO DE SOURNAL DO COMERCIO DE RGSBR
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